segunda-feira, agosto 06, 2007

Sagres, a última cidade em terra.

Quem diz Sagres, pensa cerveja… Mas hoje, nada de bebidas, nada de
álcool, hoje vamos falar da cidade de Sagres. Esta freguesia situada no extremo ponto
sudoeste de Portugal, perto do Cabo de São-Vicente oferece paisagens únicas em
Portugal.

Antes de mais, Sagres tem uma história...
É das cidades que permite imaginar o passado. Aqui, sente-se realmente o mito do passado Português. No século XV, Sagres foi o ponto de partida de várias expedições e conquistas para o Novo Mundo. No seu tempo, o Infante Dom Henrique criou a primeira Escola de Navegação em Portugal, que constitui o apogeu dos Descobrimentos e que testemunha a antiga grandeza portuguesa. É nesta escola que foram formados os espíritos aventureiros do século XVI, que percorreram os oceanos e uniram os continentes. A fortaleza majestosa, construída num
promontório , aponta para o mar, por outras terras que foram descobertas já há anos. Ao pé
da fortaleza, pode ver-se ainda a rosa-dos-ventos, que terá sido construída pelo Infante, com
43 m de diâmetro, e feita de pedras. Divertir-se-á a imaginar viagens exóticas.
Hoje, os vestígios são numerosos e visíveis. O farol, que outrora guiava os navios na busca do
desconhecido, ainda ilumina o horizonte à noite. Depois do terramoto de 1755 e dos ataques
do inglês Drake, a fortaleza foi restaurada pelo arquitecto João Carreira e acolhe hoje um centro
de exposição temporário, um centro multimédia e lojas de recordação. As ruínas da fortaleza,
que ainda mantêm a sua orgulhosa altivez, merecem ser visitadas. Elas pertencem ao
património português, e são consideradas «monumento nacional».
Sagres oferece um panorama espectacular sobre o oceano e o Cabo de São-Vincente. É um
dos poucos locais da região do Algarve onde a natureza selvagem, aliada a um património
histórico cultural riquíssimo, se mantém intacta. Sagres pertença à zona natural protegida
da Costa Vincentina, fica longe das grandes cidades algarvias que atraem todos os turistas
do verão. Isso torna-a ainda mais acolhedora.
A cultura da freguesia está marcada pela pesca. Quem vai a Sagres não pode faltar o
porto, ver os barcos coloridos, assistir às leilões diários no auction hall, assistir ao jogo das gaivotas mergulhando ao acaso no oceano à procurade peixe fresco. Após a visita do porto,
poderá ir comer um peixe fresco num dos numerosos restaurantes tradicionais, com
paredes brancas e vista pelo mar. Ao andar por caminhos e pequenas estradas, podemos encontrar várias praias poucas frequentadas e muito calmas, com água clara,areia quente e paisagens excepcionais. Tal é o caso das praias de Telheiro, Ponta Ruiva, Beliche, Tonel (óptima para os praticantes de surf) e Martinhal, onde há uma escola de desportos náuticos para esqui aquático, surf e windsurf. As praias na zona, como as de Castelejo, Barriga e Cordama, não foram estragadas pelo turismo e apresentam todas areia fina e rochas no fundo de escarpadas falésias.
Protegida dos ventos fortes do oceano atlântico, o clima de Sagres concorda com a paisagem
deserta e quente. Perto de Sagres, em Lagos poderá descobrir espécies animais e botânicas dos cincos continentes, reunidas no Zoolagos. Este parque temático propõe várias animações para
contentar toda a família. Ainda em Lagos, o Castelo dos Governadores está aberto a quem
quiser saber ainda mais sobre os Descobrimentos. Animação principal do monumento : a caravela Boa Esperança, replica autêntica das embarcações do século XV que se pode visitar com as crianças. Por todos estes motivos, e por muitos mais irá certamente descobrir, que Sagres convida... « Onde acaba a terra, onde começa o mar».

Marie-Hélène Vieira
capmag@capmagellan.org